sábado, 6 de novembro de 2010

Nelson Triunfo e o orgulho de ser nordestino

Quando dei início ao projeto de escrever a biografia de Nelson Triunfo, tinha em mente dar ao livro o título de "Do Soul ao Hip-Hop", uma sugestão feita pelo próprio. Afinal, este é um nome que Nelsão carrega, há mais de 15 anos, em diversos projetos sociais e educativos que desenvolve por todo o Brasil.
Após começar a colher seus depoimentos e coletar informações sobre sua vida, fiquei impressionado com o orgulho que Nelsão ostenta com relação a sua origem nordestina. A começar pelo fato de carregar Triunfo (PE), sua cidade natal, no próprio nome artístico. Esta constatação me fez repensar o nome da biografia e modificá-lo para "Do Sertão ao Hip-Hop" - até mesmo porque o livro abordará a vida dele desde a mais tenra infância, e foi somente na adolescência que ele teve contato com a soul music. Nelsão sempre se define como "uma mistura de Luiz Gonzaga com James Brown" - e, de fato, seu estilo, seu comportamento e sua personalidade refletem este híbrido inusitado.
Resolvi falar sobre a nordestinidade de Nelson Triunfo em razão da recente onde de xenofobia manifestada na internet por algumas pessoas do Sul e do Sudeste do Brasil. Até escrevi um artigo sobre essa questão no portal Central Hip-Hop. Leia um trecho:

"As primeiras horas seguintes à eleição de Dilma Rousseff (PT) para a Presidência da República foram marcadas por uma baixa e desprezível onda preconceituosa contra os brasileiros do Norte e do Nordeste do país, manifestada através da internet por alguns eleitores do Sul e do Sudeste que preferiam a vitória do candidato derrotado José Serra (PSDB). Entre as vazias, egoístas e arrogantes manifestações xenófobas, tais internautas creditaram a eleição de Dilma aos votos por ela obtidos dos eleitores nortistas e nordestinos. Não posso deixar de tecer alguns comentários sobre este triste e lamentável episódio, que reflete mais do que ignorância: expõe a pretensão elitista e injustificável de pessoas que se consideram superiores a outras, escancara a estupidez humana em sua forma mais primitiva e alimenta um ódio gratuito que, se não for devidamente contido e dizimado, pode se tornar mais um grave problema à harmonia social que tanto se almeja (...)."
>> Clique aqui para ler este texto na íntegra

Vale lembrar que, no final de 2008, o então presidente da Philips no Brasil, Paulo Zotollo, declarou: "Se o Piauí deixar de existir, ninguém vai ficar chateado". A infeliz declaração, que (infelizmente) refletiu o pensamento de grande parte da elite sulista, rendeu ao executivo moções de repúdio da Assembleia Legislativa do Piauí e do Ceará (em solidariedade ao Estado vizinho).
Com raízes familiares no Piauí, o rapper GOG (na foto, junto com Nelson Triunfo, em evento realizado há cerca de um mês) protestou com a música "Por amor (Direito de resposta)", lançada no ano passado.
Confira abaixo o videoclipe desta música:


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