sábado, 30 de outubro de 2010

Nelsão é destaque no "Diário de Pernambuco"

A capa do caderno Viver (Diário de Pernambuco) deste sábado traz uma reportagem especial sobre Nelson Triunfo.
Com o título "Sertanejo bom de hip-hop", o texto assinado por Michelle de Assumpção lembra que Nelsão acaba de ser homenageado pelos organizadores XV Festival Internacional de Dança do Recife, evento que teve início no dia 21 e é encerrado neste sábado (30/10).

A reportagem lembra que Nelson Triunfo é considerado um dos "pais do hip-hop" no Brasil, e fala sobre sua trajetória na cultura de rua.
Leia abaixo um trecho da matéria:


"O pai do hip hop brasileiro é sertanejo. O pernambucano Nelson Gonçalves Campos Filho nasceu no Sítio Caldeirão, em Triunfo, no dia 28 de outubro de 1954. "Eu era elogiado em Triunfo por professores que não elogiavam ninguém. Até o que não era para ler, eu lia. Estava sempre com as revistas Cruzeiro e Manchete debaixo do braço, também assistia a muitos filmes", diz o dançarino, cantor, produtor cultural e educador social Nelson Triunfo. A imagem de Nelson - com seu magnífico black power e sua ginga de b-boy veterano e precursor - é hoje a representação dessa cultura que o brasileiro tomou emprestada dos negros da periferia norte-americana, para moldar na forma da periferia de suas grandes metrópoles. Depois dos anos 1970, foi a primeira vez que o artista comemorou aniversário em Pernambuco (56 anos, na última quinta-feira). Saiu de sua cidade natal para Paulo Afonso e, em 1977, foi morar em São Paulo. Também é a primeira vez que recebe homenagem no estado, à altura de sua notoriedade nacional (...)"

>> Clique aqui e leia esta reportagem na íntegra

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Prêmio Preto Ghóez em fase final

Faltam poucos dias para o MinC (Ministério da Cultura) definir os ganhadores do Prêmio Cultura Hip-Hop - Edição Preto Ghóez. Ao todo, 134 trabalhos de todo o Brasil serão premiados, no valor de R$ 13 mil cada, totalizando pouco mais de R$ 1,74 milhão. O Prêmio é uma promoção das Secretarias da Identidade e da Diversidade e de Cidadania Cultural, em parceria com Instituto Empreender e a Ação Educativa.
Uma primeira triagem dos 1.084 projetos recebidos pelo MinC foi feita para avaliar se todos seguiram os critérios do edital do prêmio. Ao todo, 866 projetos (80% das propostas enviadas) foram habilitados e estão aptos a receber o prêmio.
Estamos entre as propostas habilitadas, com o projeto da biografia de Nelson Triunfo ("Do Sertão ao Hip-Hop"), na categoria Reconhecimento - Pessoa Física. Na mesma categoria, o próprio Nelson Triunfo também concorre ao prêmio.
O mérito artístico e cultural de cada projeto está sendo avaliado pela Comissão de Seleção do Prêmio, que escolherá as iniciativas que defendam o fortalecimento das expressões culturais do hip-hop.
Quero, aqui, registrar três ponderações:
1) Não podemos nos esquecer de que o prêmio é uma homenagem justíssima a Preto Ghóez, rapper e ativista falecido em 2004. Não tive a honra de conhecê-lo, mas conheço sua história e acredito que a melhor forma de honrarmos seu legado é respeitando os valores do verdadeiro hip-hop e sua essência transformadora.
2) O maior prêmio que todo verdadeiro hip-hopper poderia receber já foi proporcionado: saber que, em todas as partes do Brasil, existem iniciativas culturais que utilizam o hip-hop como instrumento de reflexão, conscientização, educação alternativa e integração social.Do Amapá ao Rio Grande do Sul, do Acre a Rio Grande do Norte, o Prêmio Preto Ghóez ajudou a detectar projetos muito interessantes, obedecendo às peculiaridades culturais de cada região, mas com uma mesma essência.
3) Se um projeto não for agraciado com o prêmio, isso não significará que ele é ruim ou não possua méritos. Da mesma forma, é possível que algum vencedor seja menos merecedor que algum outro contemplado. A premiação é um reconhecimento, sim, mas desde sua concepção trabalha com uma limitação: só 134 projetos poderão ser laureados. Portanto, desde já sabemos que 732 dos projetos habilitados não receberão o prêmio - e, provavelmente, haverá muitos merecedores entre eles. Espero, de coração, que ninguém fique desanimado ou rechace a iniciativa do MinC caso não receba o prêmio. Afinal, o maior estímulo para todo trabalho que é verdadeiro e sincero deve vir de dentro, e não de fora. Sei que a falta de recursos, às vezes, é um obstáculo considerável. Eu, mesmo, já queria ter cumprido algumas etapas da biografia que a limitação financeira ainda não me permitiu. Mas não deixo de manter o foco na missão e, com ou sem recursos, vou terminar de escrever este livro!

• Parabéns a todos os 1.084 projetos inscritos no Prêmio Cultura Hip-Hop - Edição Preto Ghóez.
>> Clique aqui para ver a relação de propostas habilitadas e inabilitadas

domingo, 24 de outubro de 2010

Nelsão é homenageado em Recife

Teve início no dia 21 o XV Festival Internacional de Dança do Recife, que será encerrado no próximo sábado (30/10). Com 91 ações distintas na programação, o evento é promovido pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura Cidade do Recife, com apoio da Petrobrás e Funarte. Nelson Triunfo será o grande homenageado do festival.


Durante seus 10 dias, o XV Festival Internacional de Dança do Recife oferece uma verdadeira "maratona" de espetáculos de dança, intervenções artísticas e atividades formativas com ações externas e em teatros. Junto a atrações nacionais e internacionais, uma característica do Festival, o evento se consolida como um espaço de diálogos sobre criação, exibição, difusão e organização na área da dança, por meio de cursos, lançamentos de livros e encontros como o Ginga B Boy e B Girls, batalha de dança street.
Ao todo, 91 ações compõem o festival, tendo como palco escolas, teatros, mercados e espaços públicos, como a Torre Malakoff. Participam das apresentações e oficinas 24 companhias e/ou artistas dos EUA, França, Suíça e Angola, além de grupos ou profissionais brasileiros egressos de Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.



RECONHECIMENTO
Definido como um pernambucano "multifacetado", Nelson Triunfo é o principal homenageado do XV Festival Internacional de Dança do Recife em reconhecimento à sua atuação como dançarino, coreógrafo, poeta, músico, produtor e educador social.



XV Festival Internacional de Dança do Recife
Quando: de 21 a 30 de outubro
Realização: Prefeitura do Recife (PE), por meio da Secretaria e Fundação de Cultura
Informações: (81) 3355-3320
Blog:www.dancarecife.blogspot.com
Twitter: @festivaldanca
Fotos: www.flickr.com/photos/fidr



(Fonte: Site da Prefeitura do Recife)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Um pouco sobre política...

Não quero fazer deste blog um espaço panfletário, mas não consigo deixar de me manifestar acerca da disputa política que vivemos no atual momento, prestes a decidir a eleição presidencial. Em sintonia com o que já dizia Bertolt Brecht, pois, segundo o qual "o pior analfabeto é o político", faço, sim, uma manifestação sobre a corrente política em que acredito. Mais por afinidades ideológicas e menos por coincidência, Nelson Triunfo compartilha desta mesma visão:



O que se coloca em "disputa", neste momento, não são os nomes de quem sucederá Luiz Inácio Lula da Silva na Presidência da República. O confronto, a meu ver, é entre dois modelos de se tratar a política:
- Um modelo que tem reduzido a desigualdade social e democratizado os bens públicos, olhando para todos os brasileiros como seres humanos (governo Lula/Dilma);
- Um modelo que, nos oito anos em que esteve no poder, não fez nada para melhorar a distribuição de renda e deu prioridade a fazer agrados a empreiteiras, banqueiros e outros cânceres sociais (governo FHC/Serra).
O PT também cometeu erros e está sujeito a cometê-los novamente. Mas os acertos foram muito maiores e quem critica o atual governo demonstra o mais puro e sujo preconceito de não querer admitir que um torneiro mecânico, ex-retirante nordestino, fez um governo muito superior ao do "doutor que deu aulas na Europa". Os dados e números não mentem.
A mudança para melhor, iniciada com o governo Lula, é indiscutível - sobretudo, junto à população de baixa renda. Por isso, a continuidade é fundamental para mostrarmos que o Brasil não quer voltar a ser bicado por tucanos de interesses escusos e elitistas - e, sim, quer seguir mudando para melhor, para que tenhamos uma sociedade mais justa.
Não sou petista e até concordo com quem diz que Dilma Rousseff não é a candidata dos sonhos. Mas José Serra, com certeza, é o candidato dos pesadelos!
Ademais, não vejo que ser "de esquerda" seja uma 'obrigação' a quem é do hip-hop. Mas, convenhamos, apoiar a elite conservadora não tem nenhuma relação com os princípios e a história de luta da cultura de rua.