quinta-feira, 29 de abril de 2010

DNA: Hip-Hop em família

A melhor surpresa que a biografia de Nelson Triunfo me proporcionou foi poder conhecer sua família - e ter o privilégio de também me "familiarizar" com ela. É incrível constatar que o DNA do hip-hop está presente nos herdeiros de Nelsão!

*** [Clique nas fotos para ampliá-las] ***

No rastro de meu biografado, na noite de terça-feira (27/4) acompanhei uma apresentação feita por Nelsão (e Funk & Cia) no Centro Cultural Banco do Brasil, no centro de São Paulo. Ali, pude novamente sentir a pureza de suas palavras, o sentimento presente em seus movimentos de dança e a promissora perpetuação dos valores do verdadeiro hip-hop de raiz, na figura de seus filhos Jean, 18 anos, e Andrinho, de apenas seis anos.
Além de exímio jogador de basquete, com a boa estatura herdada do pai esguio, Jean também canta rap, dança e domina o beatboxing (arte de reproduzir, com a boca, sons de instrumentos musicais). É um rapaz muito atencioso e inteligente, que me faz acreditar que o hip-hop de raiz ainda vai continuar em boas mãos por muito tempo - sob os holofotes ou não.
Andrinho é meu mais jovem ídolo! Inteligentíssimo, cativante e perspicaz, fala de igual para igual com qualquer adulto e esbanja carisma. Ama a natureza, sabe tudo sobre plantas, insetos e animais, e diz que quer ser biólogo. Conhece, de cabeça, todas as capitais do Brasil e do mundo, e arrasa no breaking, dançando com o mesmo dom herdado pelo pai. Tem muita técnica e ritmo no popping e na dança de chão, sem medo de dar giros de cabeça. É, certamente, motivo de muito orgulho para Nelsão - e sua esposa Heloísa.
Além da apresentação de Nelson Triunfo (e filhos) com seus parceiros da Funk & Cia, o evento "Radiografia Cultural - Periferia e Underground em SP", realizado no Centro Cultural Banco do Brasil, também contou com um show de Rappin' Hood - uma das figuras mais carismáticas do rap nacional. Esta foi uma oportunidade que tive para reencontrar este mano, que mantém a mesma humildade de 12 anos atrás - quando nos conhecemos e, gentilmente, ele me presenteou com seu primeiro CD, "Revolusom Parte I".
Depois das duas apresentações artísticas, Nelson Triunfo e Zulu King Nino Brown (presidente de honra da Universal Zulu Nation - Brasil) discorreram muitas ideias construtivas sobre a cultura hip-hop, em um debate mediado pelo jornalista José Arbex Jr.
Sem dúvida, foi uma noite bastante produtiva para conhecer ainda mais sobre a trajetória de Nelson Triunfo e a do hip-hop no Brasil - histórias que, inevitavelmente, se entrelaçam e contribuem uma para a outra.
Meu trabalho de biografar o "pai do hip-hop brasileiro" prossegue no ritmo certo, em direção ao rumo desejado e com perspectivas cada vez mais animadoras!
Em tempo: a cultura hip-hop está completando 35 anos de existência, desde que Afrika Bambaataa [foto] o concebeu nos guetos do Bronx (Nova York).
Ainda que alguns de seus valores venham sendo corrompidos por alguns ditos "agentes" da cultura, ou distorcidos por veículos de comunicação mal informados (ou mal intencionados), a raiz do verdadeiro hip-hop permanece viva nas pessoas e atitudes mais simples!

Um só caminho...

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Pode crer Gil!!!

    Em tempos "modernos" em que muitos estão desvirtuando os princípios mais básicos do Hip Hop, nada melhor que fazer um resgate de suas origens.

    Paz!!!

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