domingo, 4 de setembro de 2011

O livro sobre um Nelson será dedicado a outro Nelson

Desde 1988, quando tive meu primeiro contato com a cultura hip-hop, Seu Nelson a criticava sem tentar entendê-la. "Coisa de marginal", dizia, repetindo o clichê dos preconceituosos que nunca prestaram atenção na cultura de rua.
Só no ano passado, depois de 22 anos de relutância, consegui fazê-lo entender, respeitar e até apreciar a cultura hip-hop que abracei como uma segunda pele. Guardo isso como uma das maiores conquistas da minha vida!
No ano passado, MC Marechal foi à minha casa. Seu Nelson o conheceu e virou fã. Comprou uma camiseta "Um só caminho...", colocou vídeos nos 'Favoritos' de seu computador e elogiou as poesias.
Depois, conheceu o trabalho de GOG, Thaide, Rashid e outros nomes que passou a elogiar e respeitar. Em abril deste ano, quando organizei um evento de rap na Virada Cultural, ele me ajudou a buscar Zé Brown no aeroporto. Foi extremamente cortês e respeitoso com o MC-embolador, que sempre me pergunta se ele está bem. E, nos últimos dias, Seu Nelson vinha me cobrando: "E o livro sobre o Nelson Triunfo, como anda? E o filme, quando fica pronto?"...
Falo de meu pai, também de nome Nelson, que partiu para seu merecido descanso eterno na última sexta-feira (2/9). A última foto que fiz dele reflete o que quero guardar: a imagem de um brincalhão que gargalhou quando ganhou uma garrafa de guaraná Dolly no último Dia dos Pais (15/8).
Seu Nelson não teve tempo de ver o livro pronto e não teve a oportunidade de conhecer pessoalmente seu xará Nelson Triunfo - de quem virou admirador de tanto me ver trabalhar em cima da biografia e do documentário.
Mas certamente vai me iluminar no restante da jornada para colocar esses trabalhos nas ruas.
Não acho que a coincidência de nomes seja um "acaso". Tenho enfrentado dificuldades para tocar o projeto do livro sobre Nelson Triunfo, mas meu maior incentivo, agora, será poder dedicá-lo a Nelson Goro Yoshinaga. Afinal, vida segue.
E, como o próprio mestre Nelson Triunfo refletiu, agora é a minha vez de "carregar o bastão". Hei de fazer jus à vida!
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* PS: já vinha ensaiando um aviso aos leitores deste blog e, agora, aproveito a oportunidade para frisar que vou diminuir a frequência das postagens. A causa é boa: estou chegando à fase final do livro e isso vai me exigir mais empenho, mais concentração e menos dispersão. Mas não deixarei de postar as boas notícias sobre os progressos do projeto. Espero que todos compreendam e torçam para que as coisas se encaminhem da melhor forma possível.

2 comentários:

  1. Cara, eu passei por uma situação parecida a pouco tempo.. vc tem uma força muito grande.. continue na luta..

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  2. Salve Gil!!!

    Ando meio sumido aqui de sua página virtual sobre a obra do Nelsão... mas é a correria do cotidiano, né parceiro, você entende!!!

    Sei que a seriedade com que você fez e faz o seu trabalho, você conseguiu conquistar mais um adepto da nossa cultura Hip Hop, que foi o seu Nelson Yoshinaga. Que Deus o tenha um bom lugar,e nada mais justo que dedicar a publicação dessa obra o seu pai.

    Parabéns, irmão... e vibrações positivas para você e toda sua família.

    Abraço.


    Paulo Brazil.
    Olha Onde a Favela Chegou.

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