quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Documentário "Nos Tempos da São Bento"

Eu não vou perder por nada, nem que chova granizo, caia neve ou um tsunami de lava ardente resolva varrer o centro de São Paulo!
Está marcada para esta sexta-feira
(26/11) a estreia do documentário "Nos Tempos da São Bento", que fala sobre o início do hip-hop na cidade de São Paulo, em meados da década de 1980. O filme será exibido gratuitamente na Galeria Olido, no centro de São Paulo, com limitação de 236 lugares (clique na imagem para visualizá-la melhor).
Gravado entre 2007 e 2010, "Nos Tempos da São Bento" tem direção e produção de Guilherme Botelho (DJ Guinho), co-produção de Alam Beat (Sampa Crew), fotografia de Cassimano, arte de Zero 4 e edição de Mateus Subverso.
Em dois vídeos promocionais que circulam na internet, diversas personalidades da história da cultura de rua tupiniquim apoiam e promovem o documentário, como Pepeu, KL Jay (Racionais MCs), Nelson Triunfo, MC Jack, Doctor MCs, Código 13, MT Bronks, João Break, os grafiteiros Osgemeos e diversos b.boys e b.girls.

Espero, nesta ocasião, ter a chance de fazer novos contatos e angariar o apoio de muitos outros personagens importantíssimos na trajetória de Nelson Triunfo - e, consequentemente, do hip-hop brasileiro.
A exibição de Nos Tempos da São Bento deverá ter início às 19h desta sexta-feira (26/11), na Galeria Olido, que fica na rua São João, 473 (próximo à estação República do metrô). Compareça e prestigie a história do hip-hop brasileiro!

>> Conheça o blog Tempos da São Bento

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Thaide e DJ Hum juntos... ???

Imagino que algumas pessoas vão me xingar, ao menos em pensamento, mas não resisti à tentação de fazer um pouco de "sensacionalismo" no título desta postagem - para ver se atraio mais do que minha habitual meia dúzia de leitores (ou menos)...
Mas, se me permitirem complementar a frase lançada acima, não deixarei de exprimir uma verdade: "Thaide e DJ Hum juntos... no propósito de colaborar com a biografia de Nelson Triunfo".
Eu, pelo menos, tenho bons motivos para comemorar: já conversei com ambos e, sem hesitar por um segundo sequer, Thaide e DJ Hum se colocaram à disposição para me contarem histórias sobre Nelsão - que conhecem há quase 30 anos.
Juntos, eles frequentaram a histórica estação São Bento do metrô e participaram da criação do hip-hop brasileiro. Juntos, viveram momentos que merecem ser registrados e perpetuados. E, para mim, é uma honra poder biografar um dos pais da nossa cultura de rua, contando com a ajuda de dois dos protagonistas da cena, a quem o hip-hop muito deve.
Numa curiosa coincidência, os próprios Thaide e DJ Hum foram proféticos, em 1987, quando deram ao seu primeiro álbum o sugestivo nome Pergunte a Quem Conhece (que Thaide reutilizou, em 2004, em sua biografia escrita pelo jornalista César Alves).
É exatamente o que vou fazer para obter as informações mais fiéis sobre Nelson Triunfo: perguntar a quem conhece!

Além destes dois "monstros" (Thaide e DJ Hum), outras figuras ilustres da história do hip-hop brasileiro já concordaram em colaborar comigo nesta missão de escrever a biografia de Nelsão. Uma destas pessoas é o MC Billy, integrante da primeira formação do Funk & Cia e responsável por algumas das primeiras gravações do rap brasileiro.
Em breve, falarei sobre outros colaboradores que estão chegando para somar neste time de primeira linha de "arquivos vivos" da trajetória de Nelson Triunfo - e, por consequência, do hip-hop brasileiro.
Desde já, muito obrigado Thaide, DJ Hum e todas as outras pessoas que compreendem meu propósito e se colocaram à disposição para me ajudar.
Num futuro breve, falarei mais detalhadamente sobre cada um desses colaboradores, neste mesmo blog.

sábado, 6 de novembro de 2010

Nelson Triunfo e o orgulho de ser nordestino

Quando dei início ao projeto de escrever a biografia de Nelson Triunfo, tinha em mente dar ao livro o título de "Do Soul ao Hip-Hop", uma sugestão feita pelo próprio. Afinal, este é um nome que Nelsão carrega, há mais de 15 anos, em diversos projetos sociais e educativos que desenvolve por todo o Brasil.
Após começar a colher seus depoimentos e coletar informações sobre sua vida, fiquei impressionado com o orgulho que Nelsão ostenta com relação a sua origem nordestina. A começar pelo fato de carregar Triunfo (PE), sua cidade natal, no próprio nome artístico. Esta constatação me fez repensar o nome da biografia e modificá-lo para "Do Sertão ao Hip-Hop" - até mesmo porque o livro abordará a vida dele desde a mais tenra infância, e foi somente na adolescência que ele teve contato com a soul music. Nelsão sempre se define como "uma mistura de Luiz Gonzaga com James Brown" - e, de fato, seu estilo, seu comportamento e sua personalidade refletem este híbrido inusitado.
Resolvi falar sobre a nordestinidade de Nelson Triunfo em razão da recente onde de xenofobia manifestada na internet por algumas pessoas do Sul e do Sudeste do Brasil. Até escrevi um artigo sobre essa questão no portal Central Hip-Hop. Leia um trecho:

"As primeiras horas seguintes à eleição de Dilma Rousseff (PT) para a Presidência da República foram marcadas por uma baixa e desprezível onda preconceituosa contra os brasileiros do Norte e do Nordeste do país, manifestada através da internet por alguns eleitores do Sul e do Sudeste que preferiam a vitória do candidato derrotado José Serra (PSDB). Entre as vazias, egoístas e arrogantes manifestações xenófobas, tais internautas creditaram a eleição de Dilma aos votos por ela obtidos dos eleitores nortistas e nordestinos. Não posso deixar de tecer alguns comentários sobre este triste e lamentável episódio, que reflete mais do que ignorância: expõe a pretensão elitista e injustificável de pessoas que se consideram superiores a outras, escancara a estupidez humana em sua forma mais primitiva e alimenta um ódio gratuito que, se não for devidamente contido e dizimado, pode se tornar mais um grave problema à harmonia social que tanto se almeja (...)."
>> Clique aqui para ler este texto na íntegra

Vale lembrar que, no final de 2008, o então presidente da Philips no Brasil, Paulo Zotollo, declarou: "Se o Piauí deixar de existir, ninguém vai ficar chateado". A infeliz declaração, que (infelizmente) refletiu o pensamento de grande parte da elite sulista, rendeu ao executivo moções de repúdio da Assembleia Legislativa do Piauí e do Ceará (em solidariedade ao Estado vizinho).
Com raízes familiares no Piauí, o rapper GOG (na foto, junto com Nelson Triunfo, em evento realizado há cerca de um mês) protestou com a música "Por amor (Direito de resposta)", lançada no ano passado.
Confira abaixo o videoclipe desta música: