quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Três gerações nos 55 anos de Nelsão

Passado, presente e futuro do hip-hop brasileiro marcaram a última edição do Hip-Hop em Ação, evento realizado todo último sábado do mês na Casa do Hip-Hop de Diadema.
O tema do último encontro, realizado no dia 31 de outubro, foi "55 anos de Nelson Triunfo", para homenagear e celebrar mais um ano de muita atividade do pai do hip-hop brasileiro.

***(Clique nas fotos para ampliá-las)***

A grande atração do dia foi o cantor Tony Bizarro [à esq.], um dos representantes da cena soul e funk brasileira dos anos de 1970, que conhece Nelsão há 37 anos e fez questão de prestigiá-lo.
Muito solícito, Tony Bizarro deu um show de humildade durante
todo o dia e encerrou a noite empolgando o público - acabou cantando três músicas, uma a mais do que estava na programação.
Além de Tony Bizarro, referências ao "passado" do hip-hop brasileiro estiveram muito "presentes" com a liderança de King Nino Brown (Zulu Nation Brasil) - [à esq.] e uma apresentação diferenciada, do aniversariante Nelson Triunfo junto com os músicos da Nhocuné Soul - banda que já havia apresentado seu próprio trabalho, inspirado em seu segundo CD, "Amando e Sambando", lançado há cerca de um ano.

Eles apresentaram [acima] duas composições de Nelsão, "Novo aboio" e "Liberdade", canções ecléticas que revelam uma face musical dele que poucas pessoas conhecem.
O palco ficou pequeno para os músicos. No microfone, Nelsão confessou que "Liberdade" só tinha sido ensaiada uma vez. Não parecia: a apresentação foi histórica. Duvida? Veja abaixo:



Quem conferiu esse show sentiu o espírito da música negra muito presente na Casa do Hip-Hop.
Discípulo de James Brown e Luiz Gonzaga, como ele mesmo define, Nelsão demonstrou, no palco, mais energia do que muito garoto com três décadas a menos de vida - além de bradar seu orgulho de ser nordestino, expresso no sotaque, no jeito simples e no uso de um chapéu de cangaceiro e uma máscara de Careta (tradição folclórica de sua terra natal, Triunfo).

Da geração atual do hip-hop nacional, a festa teve ainda a discotecagem dos DJs Dan Dan e B.08, grafite com Os Congz e Edinho, apresentações de break com os b.boys e b.girls da casa, além de Daft Crazy, Brothers e Sisters, Juventude Z/L e Soul Sisters (grupo que foi homenageado por completar 10 anos).
Também houve shows do grupo de rap Ornamentais e de Minoro Beat Box, que apresentou seu CD lançado recentemente - o primeiro registro fonográfico brasileiro exclusivamente de beatbox (imitação de instrumentos musicais, feita com a boca). Ele também esbanjou carisma, interagindo com o público e dando dois CDs a espectadores que se propuseram a fazer beat box.
Antes que perguntem onde está o futuro do hip-hop...
Quem viu o ambiente familiar desta festa ficou admirado com a presença infantil, manifestada no beat box de um garoto ou nas performances de vários b.boys mirins [acima], certamente inspirados pelo guru Nelsão. Também esteve presente outro representante promissor da nova geração: o talentoso MC Nicolas, de 11 anos, filho de Joul do grupo Matéria Rima.
Esse legado também inclui o b.boy Andrinho, filho de Nelsão. Aos cinco anos, ele já deixa muito marmanjo desconcertado [à esq., dando um giro de cabeça]
A nova geração está aí, ralando no chão, fazendo o corpo a corpo no lugar certo, bebendo da fonte certa e mirando o futuro.
Bom sinal: isso garante a perpetuação dos valores do hip-hop de raiz por mais algumas décadas... apesar de Nelsão ter mostrado que ainda tem gás para pelo menos mais 55 anos!

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